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Autor: Dr. Sergio Feijoo Rodrigues - Médico Infectologista

A resistência bacteriana acontece quando bactérias deixam de responder a antibióticos que antes as tratavam com eficácia. Isso torna infecções rotineiras mais difíceis e, por vezes, impossíveis de curar, aumenta o tempo de doença, a gravidade dos casos, o risco de morte e os custos do cuidado em saúde.

Por que é um problema global urgente
- Alta carga de doença e mortes. Estudos internacionais estimam que, só em 2019, infecções por bactérias resistentes foram diretamente responsáveis por cerca de 1,27 milhão de mortes e estiveram associadas a quase 5 milhões de mortes. Esses números colocam a resistência bacteriana como uma das maiores causas evitáveis de óbito no mundo.
- Ameaça às conquistas médicas modernas. Procedimentos médicos que dependem de antibióticos profiláticos (cirurgias, quimioterapias, partos de alto risco, cuidados intensivos) tornam-se mais perigosos quando os antibióticos perdem eficácia isso ameaça todo o arsenal da medicina moderna.
- Desigualdade global e tendência de piora. Regiões com sistemas de saúde frágeis, acesso limitado a água e saneamento e menor vigilância laboratorial sofrem mais. Estudos recentes indicam aumento da mortalidade por resistência antimicrobiana se medidas efetivas não forem oportunamente implementadas.
- Impacto econômico e social. Além das vidas, a resistência antimicrobiana gera custos diretos (internações mais longas, tratamentos mais caros) e indiretos (perda de produtividade, impacto no crescimento econômico).

Causas principais:
• Uso excessivo e inadequado de antibióticos em humanos (prescrições desnecessárias, automedicação).
• Uso na agropecuária e aquicultura sem supervisão, que seleciona bactérias resistentes que podem alcançar pessoas.
• Falta de acesso a água potável, saneamento e controle de infecções em unidades de saúde, que facilita a disseminação.
• Vigilância insuficiente e poucos novos antibióticos em desenvolvimento.

O que reduz o problema
• Uso racional de antibióticos: programas de gestão em hospitais e na atenção primária.
• Melhor vigilância e laboratórios: para detectar e responder a surtos e monitorar tendências.
• Investimento em água, saneamento, higiene e controle de infecções nas unidades de saúde.
• Incentivo a pesquisa de novos fármacos, vacinas e diagnósticos rápidos.

Implementadas em conjunto essas ações reduzem seleção e propagação de resistência e salvam vidas.

A resistência bacteriana é uma ameaça que combina impacto em saúde, desigualdade e riscos econômicos. Diferente de uma única doença, é um problema sistêmico que exige coordenação internacional, políticas públicas fortes e mudanças práticas (prescrições responsáveis, investimentos em água/saneamento, pesquisa). Intervir agora evita milhões de mortes evitáveis e protege a medicina moderna para as próximas gerações.

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