Mariah, de 7 meses, ficou 2 meses na UTI pediátrica, e hospital assumiu o tratamento hiperbárico, que não é contratualizado pelo SUS.
As causas que fizeram com que pequenas bolhas evoluíssem rapidamente para uma enorme lesão de pele em Mariah, de apenas 7 meses, ainda estão sendo investigadas pela equipe médica da Santa Casa de Santos.
Por enquanto, a maior certeza é que “a hiperbárica fez a diferença na vida dela”. A afirmação é feita pela pediatra intensivista Marilene Kiskissian Martins, que cuidou de Mariah na UTI Pediátrica da instituição.
Ao avaliar o grau da lesão da bebê, a médica pediatra, em consenso com a equipe de cirurgia plástica, levou o caso à médica hiperbarista, Ieda Trombino, responsável pelo Serviço de Medicina Hiperbárica da Santa Casa, constatando-se que a oxigenoterapia seria a melhor alternativa de tratamento para a criança.
No entanto, como Mariah estava internada pelo SUS, precisaria realizar o tratamento em outra unidade, pois a Santa Casa de Santos não possui contratualização para realizar este tratamento pelo SUS.
O quadro clínico de Mariah não possibilitava realizar sua remoção com segurança, afinal, além de estar na UTI, existiam os riscos de contaminação e exposição a outros fatores que poderiam agravar o quadro da criança.
Sensibilizada pelo caso, a direção da Santa Casa de Santos resolveu assumir o tratamento hiperbárico de Mariah, preservando a saúde da criança para sua melhor recuperação.
Drª. Ieda Trombino destaca que logo nas primeiras sessões, a melhora da lesão de Mariah foi muito significativa, e animou a equipe multiprofissional. “Quando essa criança pôde vir para a hiperbárica, melhorou rapidamente. A lesão fechou, e a equipe da cirurgia plástica conseguiu suturar”, relembra a médica.
O Serviço de Medicina Hiperbárica da Santa Casa possui câmaras modernas, para tratamento individualizado. O serviço foi ampliado em dezembro de 2019, e tem capacidade para absorver toda a demanda de pacientes que aguardam o tratamento.
A mãe de Mariah, Gabriela Aparecida Paulino, se emociona ao falar do tratamento que está recebendo no hospital, “tenho que agradecer primeiramente a Deus e, em segundo lugar, à Santa Casa de Santos, por ter disponibilizado a câmara hiperbárica para minha filha”.
Medicina Hiperbárica
Muito utilizada em pacientes queimados, fraturas expostas, osteomielites, pés diabéticos, síndromes compartimentais, entre outras indicações, a oxigenoterapia hiperbárica consiste em o paciente ficar dentro de uma câmara transparente, hermeticamente fechada, respirando oxigênio puro. Este oxigênio, ao ser transportado para o sangue, melhora a circulação em tecidos com pouca irrigação e estimula a formação de novos vasos, o que reverte processos isquêmicos em feridas, traumas e infecções, além de potencializar a ação de antibióticos.
A Medicina Hiperbárica é uma grande aliada no processo de desospitalização, pois contribui para reduzir significativamente o tempo de internação de pacientes com ferimentos infectados, de difícil cicatrização.
Apesar da Santa Casa de Santos contar com a estrutura para este tratamento, e capacidade de absorver toda a demanda da região, o serviço não é contratualizado pelo SUS. Por isso, pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde, sempre que possuem indicação para oxigenoterapia, são removidos para outra unidade, definida pelo órgão gestor municipal, para realizar as sessões necessárias.